26/02/2011

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

Se às Vezes Digo que as Flores Sorriem

.

.

Se às vezes digo que as flores sorriem

E se eu disser que os rios cantam,

Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores

E cantos no correr dos rios...

É porque assim faço mais sentir aos homens falsos

A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.

Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes

À sua estupidez de sentidos...

Não concordo comigo mas absolvo-me,

Porque só sou essa cousa séria, um intérprete da Natureza,

Porque há homens que não percebem a sua linguagem,

Por ela não ser linguagem nenhuma.

.

Alberto Caeiro, in " O Guardador de Rebanhos - Poema XXXI"

.

.

.
.
.
.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.
.

.

.

fts: walter

.

.

.
.
.
.
Meus amigos
.
aprendam o sorriso da flor e o cantar do rio!
.
.
com um sorriso largo e um abraço saudoso, digo-vos um ATÉ JÁ!
.
.
.
.