14/08/2010

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bater de asas
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cruzaste-me o olhar num engano de tempo e eu não sei porque chegaste tão
cedo
falei-te ao ouvido o calor estalava o azul-marinho amarelo e preto destes
barcos que são a minha casa
reconhecido canto de um mar profundo onde cada peixe que saltava saciava a
tua fome num segundo
senti-te frágil e tremente com saudades de uma viagem aquela que
empreendemos na rota das estrelas peito em quilha à conquista dos panos
enfunados de um navio
navegante altivo de marés fantasma as que me falam dos homens-pássaro
porque pássaro sou eu
e digo adeus à tristeza dos teus braços que me embalam no meu último
grito e força para gritar eu já não tinha
assim mansa e serena desejei ficar esvoacei e resisti pois não te via
esperei por ti por te saber ausente e reconheci-te gaivota no pôr-do-sol ao
meio dia
mas se em tudo há um propósito escondido e a natureza das coisas imperfeita
seja eu a terna quimera de um pássaro rendido
em cada amanhecer à tua espera
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manuela baptista
histórias com mar ao fundo
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fts: Walter
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