06/11/2011

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Mar nosso mar
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Fímbrias de água, reentrantes,
arfar de ondas e de dunas,
trespassadas de luz
- espuma e ânsia, nossa dos dias.
Mar, espelho de nuvens
e dos luzeiros do céu,
placenta, morrente e crepuscular.
Ligação e hífen
de tudo o que ansiamos
com lágrimas reprimidas
e raivas inconfessadas.
Noite e abismo dos sonhos
- indiciados por vagos navios a perderem-se no longe
e uma teimosia, vertical, de passos
impressos na beirada.
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Luísa Dacosta, in "A maresia e o sargaço dos dias"
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Fts: Walter
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